segunda-feira, 28 de julho de 2014

     OS PRÉ-SOCRÁTICOS

   Os filósofos Pré-Socráticos são considerados os primeiros pensadores do ocidente. Este nome pré-socrático tem como ponto central as idéias de Sócrates, ou seja, são pensadores que desenvolveram suas idéias em um período anterior a Sócrates.
   A filosofia Pré-Socrática tem como principal característica a tentativa de buscar e encontrar uma origem única para todos as coisas. Trata-se de responder a curiosidade humana sobre o cosmo e o microcosmo sem mais o auxilio os mitos. 

TALES DE MILETO (623-546 a.C)

 Tales costuma ser considerado o primeiro pensador grego, "o pai da filosofia". Na condição de filósofo, buscou a construção do pensamento racional em diversos campos do conhecimento humano que, hoje não considerados especialidades da filosofia. Por exemplo, foi astrônomo e chegou a prever o eclipse total do Sol o corrido em 28 de maio de 585 a.c . Na área da geometria demostrou, que todos os ângulos inscritos no meio circulo são retos.
 A grande contribuição de Tales para o pensamento filosófico foi ter concluído que a água é a substância primordial, a origem única de todas as coisas. Para ele, somente a água permanece basicamente a mesma, em todas as suas transformações: líquida, sólido e gasoso.



 • O primeiro Filósofo grego conhecido foi Tales de Mileto que viveu por volta do ano 600 a.C. Tales na companhia de Anaximandro e Anaxímenes defendia que a água, o indefinido, e o ar eram o princípio ou origem de todas as coisas. Preocupavam-se em encontrar a unidade por detrás da multiplicidade dos objetos do universo, e o princípio de explicação da natureza a partir da própria natureza.


ANAXIMANDRO DE MILETO (610-545 a.C)

 Anaximandro procurou aprofundou as concepções de Tales sobre a origem única de todas as coisas. Em meio a tantos elementos que podem ser observado no mundo da natureza, como a água, o fogo, o ar, a terra, ele acreditava não ser possível escolher uma única substância material, como princípio primordial de todos os seres vivos, arché.
 Para Anaximandro, esse princípio é algo que transcende os limites do observável, ou seja, não se situa numa realidade ao alcance dos sentidos. Por isso, denominou de Ápeiron, termo grego que significa /' O indeterminado", "O infinito". O Ápeiron seria a "massa geradora" dos seres vivos, contendo em si todos os elementos contrários.


ANAXÍMENES DE MILETO (588-524 a.C)

 Anaxímenes admitia que a origem de todas as coisas é indeterminada. Entretanto, recusava atribuir o caráter oculto de elementos situado fora dos limites da observação e da experiência dos sentidos.
Assim, tentando uma possível conciliação entre as idéias de Tales e as de Anaximandro, concluiu ser o ar o princípio de todos elementos "invisível e ponderável, quase inobservado e, no entanto observável". Ele diz:  O ar é a própria vida, a força vital a divindade que anima o mundo, aquilo que da testemunho pela nossa respiração.



PITÁGORAS (570-490 a.C)

  Pitágoras nasceu na ilha de Samos, na costa da Jônica, não muito distante de Mileto. Por volta de 530 a.c, sofreu perseguição política por causa de suas idéias e foi obrigado a deixar sua terra de origem. Instalou-se, então, em Crotona, Sul da Itália, região conhecida como magna Grécia.
 Para Pitágoras, a essência de todas as coisas reside nos números, os quais representam a ordem e a harmônia. Pela primeira vez se introduziu um aspecto mais formal na explicação da realidade, isto é, a ordem e a constância. Assim, a essência dos seres, a arché, teria uma estrutura matemática na qual derivariam problemas como: finito e infinito, par e impar, unidade e multiplicidade, reta e curva, circulo e quadrado e etc.
 Pitágoras dizia que no fundo todas as coisas são números. Portanto, segundo ele "se Deus existe é um grande matemático."

HERÁCLITO (540-470 a.C)

  Nascido em Éfeso, cidade da região Jônica, Heráclito é considerado um dos mais importantes filósofos pré-socráticos. Ele foi o primeiro grande representante do pensamento de dialética. Ele entendia a realidade do mundo como algo dinâmico, em permanente transformação. Dai sua escola filosófica é chamada de mobilista, isto é, demovimento. Para ele, a vida era um fluxo constante, impulsionando pela luta de forças contrárias: a ordem e a desordem, o bem e o mal, o bela e o feio, a construção e a desconstrução, a justiça e a injustiça, o racional e o irracional, alegria e a tristeza e etc.
 "O homem não pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois as águas se move a cada instante, assim nem homem nem o rio são os mesmos".

 • Heráclito acreditava na filosofia do devir, falava de um devir não puramente linear que seria a negação absoluta do ser, mas sim do devir que se desenrolava no interior de um círculo. Considerava haver um ciclo do devir que em tudo representava harmonia, com efeito na circunferência, o começo e o fim coincidem. Defendia que de um lado existia o Logos, que governava todas as coisas e, do outro, o devir que se desenrolava no interior de um círculo apertado por laços poderosos. Acreditava que era no interior de cada um de nós que se operavam as mudanças, dizia que a vida e a morte, a juventude, a velhice e o sono eram a mesma coisa, porque estes transformam-se naquelas e inversamente aquelas transformam-se nestes.



PARMÊNIDES (510-470 a.C)

   Nascido em Eleia, magna Grécia, litoral da Itália. Parmênides tornou-se célebre por feito a oposição a Heráclito.
   Parmênides defendia a existência de dois caminhos para compreensão da realidade. O primeiro é o da filosofia, da razão, da essência. O segundo é o da Crendice, da opinião pessoal, da aparência enganosa, que ele considerava a via de Heráclito.
   Segundo Parmênides o caminho da essência nos leva a concluir que a realidade:
a- existe o ser, e não concebível sua não-existência; 
b- o ser é; e o não ser não é.
   Em vista disso, Parmênides é considerado o primeiro filosofo a formular os princípios lógicos de identidade e de não-contradição, desenvolvidos depois por Aristóteles.
   Assim, na concepção de Parmênides, Hecraclito teria percorrido o caminho das aparências ilusórias. Essa via precisa-se ser evitada para não termos de concluir que " o ser e o não-ser são e não são a mesma coisa".



ZENÃO (488-430 a.C)

  Discípulo de Parmênides, Zenão elaborou argumentos para defender a doutrina de  seu  mestre. Com eles, pretendia demonstrar, que a própria nação de movimento era enviável e contraditório.
  Desses argumentos, talvez, o mais celebre seja o paradoxo de Zenão, que refere a corrida de Aqueles com a tartaruga. Dizia Zenão:
a- se, na corrida, a tartaruga saísse a frente de Aqueles, para alcança-la ele precisaria percorrer uma distância superior a metade da distância inicial que o separava no começo da competição.
b- entretanto, como a tartaruga continuaria se locomovendo, essa distância, por menor que seja, teria se ampliado. Aqueles deveria percorrer, então, mais da metade dessa nova distância.
c- A tartaruga, contudo, continuaria se movendo, e a tarefa de Aqueles se repetiria ao infinito, pois o espaço pode ser dividido em finitos pontos.
  Na observação que fazemos no mundo, através dos nossos sentidos é evidente que os argumentos de Zenão não correspondem a realidade. Entretanto, esses argumentos demonstram  as dificuldades pelas quais passou o pensamento racional para compreender concentos como: movimento, espaço, tempo e infinito.




EMPÉDOCLES (490-430 a.C)

  Nascido em Agrigento, sul da Sicília, esforçou-se por conselhar as concepções de Parmênides e Heráclito. Aceitava de Parmênides a racionalidade que afirmava a existência e permanência do ser, mas procurava encontrar uma maneira de tornar racional os dados capitados pelos sentidos.
  Defendia a existência de quatro elementos primordiais, que constituem as raízes de todas as coisas percebidas: o fogo, a água, a terra e o ar. Esses elementos são movidos e misturados de diferentes maneiras em função de dois princípios universais opostos:
a- amor (philia, em grego) ­- responsável pela força de atração e união pelo movimento decrescente armonização das coisas;
b- ódio (neikos, em grego) - responsável pela força de repulsão e de desagregação pelo movimento de decadencia, dissolução e separação das coisas.
  Para ele todas as coisas existentes na realidade estão submetidas as forças desses dois princípios.


DEMÓCRITO (460-370 a.C)

 Nascido em Abdera, cidade situada no litoral da Macedônia, Demócrito foi responsável pelo desenvolvimento do atomismo. Afirmava que todas as coisas que formam a realidade são constituídas por partículas invisíveis e indivisíveis. Essas partículas foram chamadas de átomos, termo grego que significa não divisível.
 Para ele o átomo seria o equivalente ao conceito de ser em Parmênides. Além dos átomos, existiria no mundo real o vácuo, que representaria a ausência do ser, isto é o não ser. Nesse sentido o vácuo pode também representar o movimento de Heráclito.